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Se você caiu de paraquedas aqui no Blog Master Gladius procurando saber mais sobre BDSM, fetiches, dominação ou submissão, respire fundo. Você está no lugar certo — mas talvez ainda não tenha ideia do quanto.
O que você vai encontrar aqui não é um parque de diversões para adultos. Também não é um dicionário de práticas. O que você vai encontrar aqui é uma filosofia estruturada, baseada em mais de 15 anos de estudo, prática, erro, acerto e, principalmente, vivência dentro das chamadas Relações de Poder.
Este é um espaço onde compartilho reflexões, histórias reais, experiências, aprendizados e também algumas provocações sobre um universo que vai muito além das aparências: o B.D.S.M..
Quem sou eu?
Sou Gladius, praticante e estudioso do B.D.S.M. há anos. Vivenciei esse universo por dentro e por fora: já errei, acertei, observei e, principalmente, aprendi com cada vivência.
Este blog é meu espaço pessoal para dividir tudo isso, sem filtros, com um olhar humano, realista e muitas vezes irreverente sobre o mundo das relações de poder.
O que você vai encontrar por aqui?
- Fundamentos do B.D.S.M.: conceitos essenciais, diferenças entre práticas, valores e segurança.
- Histórias Reais: vivências minhas e de pessoas com quem me relacionei.
- Reflexões: pensamentos, dilemas, questionamentos e provocações.
- Práticas e Dicas: orientações para quem deseja iniciar ou se aprofundar nas práticas.
- Atualizações: revisões de textos antigos, insights novos e evolução constante.
Tudo isso com uma abordagem acessível, didática e crítica. Aqui não tem endeusamento de figuras, nem modismos vazios. Tem conteúdo prático e, principalmente, vida real.
Por onde continuar? Pelo básico.
1. O que são as Relações de Poder?
Começamos com o essencial: "Relações de Poder" é um termo que criei para alcançar o que BDSM não alcança..
O termo BDSM é limitado. Foi útil por um tempo, mas está saturado, esvaziado e mal compreendido. Ele gira em torno de práticas, fetiches e estéticas. Já o que eu proponho aqui vai além: é sobre uma estrutura de relação baseada em hierarquia, consciência e responsabilidade.
Em toda Relação de Poder existe alguém que domina — e alguém que se submete. Ponto.
E não menos importante é saber que é um tipo de relação em que não importa a quantidade de participantes, identidade de gênero e nem orientação sexual, e que necessariamente ocorre dentro de um ambiente de Segurança, Sanidade e Consensualidade (S.S.C).
Todo o resto a seguir não se trata do que se vive e sim de "como se vive" e isso é questão de gosto e gosto, não se discute.
O termo BDSM alcança os que tem prazer das práticas, pois foi criado e pensado por pessoas que no máximo, viviam relações com encontros esporádicos. Também serve para os que querem apenas apimentar a sua relação.
Já quando se fala em "Relações de Poder" tudo já vai para um outro nível. Não é teatro. Não é “brincadeira de casal”. É modo de vida. É para os que já vivem ou que ao menos buscam viver uma Relação 24/7, ou seja, parceira de vida.
2. Dominador Puro e Dominador Sênior: duas faces da mesma estrada
Com o tempo, ficou claro que havia uma diferença entre quem apenas executava e tinha o foco do seu prazer nas práticas (os Tops) e quem encarnava a Dominação.
Com isso senti a necessidade de criar o conceito de Dominador Puro — aquele que escolheu conscientemente viver no topo da hierarquia, com responsabilidade real, afetiva e estrutural.
Mais à frente, surge o Dominador Sênior. Aquele que, depois de anos trilhando o Caminho do Dominador, entende que não basta dominar: é preciso guiar e inspirar outros no Caminho do Dominador. O Sênior não é o que se acha superior. É o que assumiu a responsabilidade de conduzir com maturidade.
3. Submissa ou escrava? Entenda a diferença
Toda escrava é submissa, mas nem toda submissa é escrava.
Dentro das Relações de Poder, só existem dois comportamentos fundamentais: Dominante e submisso. O comportamento submisso se divide em dois perfis: o da pessoa serva e o da pessoa escrava.
A submissa de perfil de serva se entrega com doçura, se curvando diante da autoridade. A que tem o de perfil de escrava precisa da força que a mantenha no lugar. Ela gosta da contenção, da pressão, da mão firme.
Uma se ajoelha por vontade. A outra precisa ser dobrada até o chão. Ambas se submetem. Cada uma se alimenta da hierarquia de forma distinta — e entender isso é essencial para boas dinâmicas.
Mas o "como" faz toda a diferença.
Estes são os perfis básicos da submissa, todas as nomenclaturas depois disso, como "pet", "baby", "lolita", "pony", "brat" etc, são apenas subgrupos que descrevem como essas submissas vivem a sua submissão, ou seja, gosto.
4. O tripé que sustenta tudo: S.S.C.
Sanidade, Segurança e Consensualidade. Não é enfeite. Não é frase de efeito. É a base que separa o que fazemos de crime.
Sanidade e segurança podem ser relativas, mas consensualidade é absoluta. Ou há consentimento ou há violação. Simples assim.
Sanidade e segurança podem variar entre pessoas. O que é seguro pra você pode não ser pra mim. Mas consensualidade... essa não se negocia. Ou há consentimento, ou há violação. Simples assim.
E não, S.S.C. não é sinônimo de Aftercare, nem de safe word. Essas são ferramentas importantes, mas não substituem o entendimento do que está em jogo.
A Consensualidade também é fluida, sendo que aquilo que não é limite hoje, pode ser limite amanhã, mas o direito ao *não* é garantido em qualquer momento na *Relação de Poder*.
5. Aftercare não é “cuidado com a relação”
O termo Aftercare foi criado para um momento específico: o cuidado da parte que se submete após uma sessão intensa. Não é "carinho" e nem é algo que obrigatoriamente tem que existir em toda e qualquer dinâmica.
Confundir aftercare com cuidado emocional da relação é perder a precisão dos conceitos — e quando isso acontece, a confusão entra, os discursos se embaralham, e as práticas perdem o norte.
6. O orgasmo como instrumento de poder
Sim, até o prazer pode ser hierárquico. Dentro das Relações de Poder, o controle do prazer — em especial o orgasmo forçado — é uma das mais poderosas ferramentas de dominação.
Não se trata de excitar. Trata-se de moldar, condicionar e esculpir a entrega emocional através da resposta física.
Quem vive, sabe: depois de um orgasmo arrancado, nada mais é como antes.
7. BDSM, fetiches e o Parque de Diversões
Existe uma zona cinzenta entre o “sexo convencional” e o BDSM real. Chamo isso de Camada dos Fetiches.
Nessa camada, os personagens se vestem, as fantasias ganham voz, vivem personagens e os brinquedos entram em cena.
Mas quando tudo isso termina, voltam todos à vida baunilha. Ali, não há hierarquia. Há estética.
O BDSM verdadeiro começa quando o controle é real — e continua depois que o jogo acaba.
8. Para quem está começando: um pequeno mantra da Casa de Gladius
- Estude. Só assim saberá que pode oferecer e o que esperar da relação.
- Conheça pessoas. Ouça. Observe. Compare discursos com ações.
- Frequente lugares seguros. Nada substitui o olho no olho.
- Capriche na escolha do parceiro.
- Use o bom senso antes de cada decisão.
- E acima de tudo: não tenha pressa, pois a pressa joga contra você.
9. Próximos passos
Se você chegou até aqui e algo mexeu aí dentro, parabéns. Você já deu o primeiro passo.
Agora, te convido a:
- Explorar os textos do Blog Master Gladius.
- Conhecer os conteúdos da Casa de Gladius no Hotmart.
- E se sentir necessidade, entrar em contato. Fale conosco pelo WhatsApp.
Aqui, você não vai encontrar fórmulas prontas. Vai encontrar caminhos reais, reflexões verdadeiras e conceitos sólidos — para que você construa a sua própria jornada dentro do universo das Relações de Poder.
Seja bem-vindo. Agora a viagem começa de verdade.
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